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Alumni Spotlight

Uma entrevista com a alumna Paula Akemi


Em que ano você se formou na Escola das Nações? Durante quantos anos estudou aqui? Eu me formei em 2012. Estudei na Escola das Nações por 9 anos; entrei no Grade 3.

Prestou vestibular para que curso? Em qual faculdade? Inicialmente minha vontade era fazer Economia. Tinha influência do Direito vinda de meus pais, mas sempre gostei da Gastronomia. Depois de me formar no Ensino Médio, passei no IDP em Direito em primeiro lugar, consegui bolsa e comecei a cursar. Não passei de primeira na UnB para Economia. Com a nota do ENEM, passei no Sisu para a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mas, por problemas de saúde, meus pais não queriam que eu saísse de casa tão cedo. No vestibular seguinte, passei para Economia na UnB, junto com uma aprovação em Gastronomia na UFRJ. Novamente meus pais não me deixaram ir. Afinal tinha passado no curso que eu queria na UnB. Alguns semestres depois, cursei Gastronomia no IESB e tranquei os outros cursos.

Conte-nos um pouco de sua trajetória acadêmica e profissional. E como é sua rotina hoje. Sempre gostei mais da área de exatas. Desde o 8º Ano, estava decidida que faria Economia, pois tinha interesse pela bolsa de valores e, com isso, me imaginava conquistando posições de alto poder aquisitivo e tendo sucesso na carreira. Depois de entrar no curso, vi que era algo diferente do que imaginava, e aquilo me tiraria a saúde. O interesse pela Gastronomia crescia, e foi por ela que eu decidi seguir carreira. Ser feliz e gostar do que se faz é mais importante do que “dominar o mercado”, como eu imaginava.

Depois de cinco semestres em Economia, resolvi cursar Gastronomia. Durante o curso, estagiei e trabalhei em Brasília, com o chef Paulo Tarso, e no final do curso trabalhei no Saveur Bistrot com os chefs Denis Sousa e Thiago Paraíso. Assim que me formei, em 2017, decidi estagiar fora de Brasília. Fui para São Paulo estagiar no Maní, comandado por Helena Rizzo, eleita uma das melhores chefs do mundo. Fiz o programa de estágio de 4 meses; passávamos por todas as praças na cozinha de produção e de serviço.

Depois de São Paulo, segui para Salvador, onde estagiei no Origem, eleito melhor restaurante da cidade, comandado pelos chefs Fabrício Lemos, já eleito chef-revelação, chef do ano por diversas vezes em Salvador, e Lisiane Arouca, eleita neste ano a melhor chef confeiteira do Brasil. Durante o estágio, fui contratada para o restaurante que eles estavam abrindo na cidade, Ori. Assumi a responsabilidade de chef da confeitaria. Após 6 meses em Salvador, resolvi voltar para Brasília com planos de me estruturar financeiramente e ir sair do Brasil.

Inicialmente, quando voltei para Brasília, foquei em eventos e jantares particulares, mas a saudade da rotina de restaurante falou mais alto. Recebi a proposta de comandar a cozinha e participar da criação do restaurante do meu primeiro chef, Paulo Tarso. O restaurante ainda está em reforma, abrirá no final deste ano; chama-se Rubrio. Nesse meio tempo, estamos criando cardápio, fazendo seleção da equipe e desenvolvendo um programa de estágio. A rotina de um restaurante, no geral, é bastante puxada; muitas horas em pé, uma correria constante, muita responsabilidade e cobrança de quem está à frente.

Quais as principais lembranças da época em que estudava na Escola das Nações? Para mim, o ponto alto do ano eram os campeonatos esportivos. O acampamento do NR marca qualquer um que participa. Na época, queria participar de todas as atividades extracurriculares; então passava o dia inteiro na Escola envolvida em Model United Nations, Yearbook, MathCounts, treinos de futebol, e por aí vai. O que fez a diferença para mim na Escola das Nações foi a oportunidade de participar de tantas atividades que saíam do currículo básico.

Acha que o ensino que teve na Escola das Nações contribuiu para sua vida, tanto pessoal quanto profissional? Sim, na Escola aprendemos valores e princípios, além do conteúdo. Quando saio da “bolha” de amigos, vejo o quanto fui privilegiada por receber informações, viver situações diversas. Algo que valorizo muito são os trabalhos voluntários propostos pela Escola. Te fazem ver outras realidades, ter consciência e desenvolver empatia. É um crescimento imensurável. Isso eu levo pra vida.

Em relação à minha vida profissional, eu sei que não foi exclusivamente isso que me fez seguir carreira, mas algo de que me recordo com carinho e gerava empolgação eram as aulas de culinária. Quando tinha exploratory class na grade horária, fiz cooking classes; e para mim foi sensacional. Não era uma criança de provar muita coisa, mas ter contato com a comida, participar do processo e desenvolver algumas habilidades (na área que futuramente seria minha profissão) foi um diferencial. Sair do currículo-base e fechado que tem o sistema de educação brasileiro é um privilégio para poucos.

O ensino bilíngue é um diferencial imenso. Hoje penso o quão bom é o contato diário com outro idioma; sinto falta. Poder aprender outras matérias em inglês amplia o vocabulário, é outra experiência. Além de conviver com culturas diversas, aprender um pouco sobre elas, o mais importante é saber respeitar.

Como foi rever amigos e professores no Alumni Reunion? O Alumni Reunion é um dia bastante especial. Eu adoro voltar à Escola onde por tanto tempo foi minha segunda casa, onde vivi tantas coisas especiais, momentos e brincadeiras. Ver o que há de novo na Escola me dá uma sensação muito boa, ver que a Instituição continua se atualizando, melhorando para receber as “novas gerações”. Algo que me interessou muito na última edição foi o refeitório. Vi nas redes sociais que tinha sido reformado, e estava curiosa para ver como tinha ficado. No ano passado, foi a reforma do campo e dos vestiários. Sempre tem alguma mudança.

Em relação aos amigos, ainda tenho contato com grande parte da minha turma. Diria que todos meus melhores amigos são frutos de amizade feita na Escola. Quando o Alumni Reunion se aproxima, nos comunicamos mais, tentamos nos encontrar além do dia do evento. Acho muito bom rever e conversar com aqueles que se distanciaram.

Rever os professores é muito bom; eles fizeram parte da nossa vida. É uma pena que não conseguimos ver todos!

Algum conselho para nossos atuais alunos? Desfrutem cada etapa da vida escolar; tem época pra tudo. Valorizem o que a Escola tem para oferecer. Foram muitas conquistas para proporcionar tudo o que vocês têm hoje. Em muitos momentos, ex-alunos desejaram, por exemplo, ter o campo que vocês têm, participar de uma banda etc. Da mesma forma que estudantes anteriores a mim desejavam coisas que a Escola pôde me proporcionar. Participem das atividades extracurriculares, aproveitem as viagens, estejam sempre abertos para conhecer culturas de alunos estrangeiros; são aprendizados para a vida!

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