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Bahá’ís de todo o mundo celebram a vida e o legado de ‘Abdu’l-Bahá

Neste mês será celebrado o centenário do falecimento de ‘Abdu'l-Bahá, personalidade magnética que inspirou gerações de pessoas em todo o mundo a trabalhar pelo progresso social e pelo bem-comum, inclusive no território nacional.

'Abdu'l-Bahá é uma figura central na história da Fé Bahá'í, religião monoteísta surgida no século XIX e que atualmente se encontra espalhada por todo o mundo.


'Abdu'l-Bahá nasceu na cidade de Teerã, na antiga Pérsia e atual Irã, em 23 de maio de 1844. Ele é o filho mais velho de Bahá'u'lláh, que declarou ser um Mensageiro de Deus, ou Profeta, dando continuidade às mensagens de tantos outros Educadores Divinos como Moisés, Jesus Cristo e Muhammad. Como a mensagem bahá'í defendia princípios como a justiça e a separação da religião dos assuntos de governo, os principais poderes da época se sentiram desafiados, submetendo Bahá'u'lláh e sua família a uma vida de exílio e aprisionamento.


Aos 9 anos de idade 'Abdu'l-Bahá se tornou prisioneiro e foi exposto a inúmeras crueldades, sendo efetivamente liberto apenas aos 67 anos, por ocasião da Revolução dos Jovens Turcos no Império Otomano. Uma vida de privação e sofrimento impactou sua saúde física, mas nunca seu espírito. Anos mais tarde, quando questionado sobre sua vida na prisão, ele declarou que quando alguém se liberta da prisão do ego, não pode ser exteriormente aprisionado: "Liberdade não é uma questão de lugar. Ela é uma condição.”


Ele era reconhecido pelo seu vasto conhecimento, pela extrema bondade nas interações com pessoas de todas as origens e pela alegria que caracterizava seu ser. Em 16 de outubro de 1910, o jornal egípcio Al-Mu’ayyad registrou "Quem quer que se tenha associado a ele terá visto nele um homem extremamente bem informado, cujas palavras são cativantes, que atrai mentes e almas, e que é dedicado à crença na unicidade do gênero humano...".


Proclamando os princípios da Fé iniciada por Seu Pai, ‘Abdu'l-Bahá dedicou-se incansavelmente à causa do serviço à humanidade. Seja nos cuidados de sua família, dos prisioneiros com quem conviveu, ou dos habitantes das cidades em que esteve aprisionado. Myron Phelps, escritor novaiorquino que visitou e observou ‘Abdul Bahá, relatou: "Quando ele ouve sobre alguém doente na cidade, [muçulmano] ou cristão, ou de qualquer outra seita, não importa - ele está todos os dias ao lado do leito ou envia um mensageiro de confiança. Se um médico é necessário, e o paciente é pobre, ele enviará o médico e também o remédio."

Depois de liberto, 'Abdu'l-Bahá, viajou ao Ocidente para divulgar os Ensinamentos da Fé Bahá’í, passando pela Europa, Canadá e Estados Unidos. Sua primeira palestra pública ocorreu em 10 de setembro de 1911, no púlpito da igreja City Temple em Londres. Entre 1911 e 1913, ministrou outras centenas de palestras em Universidades, Sinagogas e Igrejas, teve incontáveis conversas particulares e concedeu diversas entrevistas. Nessas ocasiões, 'Abdu'l-Bahá falou sobre temas espirituais e morais, além de expor princípios que poderiam fundamentar uma nova etapa na vida da sociedade, tais como a igualdade entre mulheres e homens, a igualdade racial, a harmonia entre a ciência e a religião, a abolição dos extremos de riqueza e pobreza, e a unidade na diversidade.


Suas ideias também foram registradas em inúmeras cartas e tratados, como a Epístola dirigida à Organização Central para uma Paz Durável em Haia, na qual coloca a obtenção da paz internacional dentro do contexto da necessidade de uma mudança política, econômica e cultural mais ampla.


Na volta à Palestina, continuou recebendo peregrinos e estudiosos, e guiando o desenvolvimento da Fé Bahá’í pelo mundo. Ele orientou os bahá’ís a constituírem hospitais, escolas para meninas e orfanatos, e especialmente, a viajarem para espalhar a nova Mensagem. Em cartas dirigidas aos bahá’ís americanos, 'Abdu'l-Bahá destacou a importância do Brasil e em particular da cidade da Bahia (como Salvador era conhecida à época), a qual estaria dotada de uma potência especial. Essa instrução motivou Leonora Armstrong, uma jovem de apenas 23 anos, a abandonar uma vida confortável nos Estados Unidos e se mudar para o Brasil. Ela dedicou sua vida a disseminar a mensagem bahá'í e a realizar obras sociais.

Desde então, a comunidade bahá'í tem crescido e se espalhado pelo país, estando estabelecida há várias décadas em todos estados, em centenas de localidades. Inspirados na vida e nas palavras de 'Abdu'l-Bahá, os bahá'ís do Brasil se dedicam a servir as populações onde vivem. Entre as principais atividades que realizam estão reuniões de oração abertas a todas as crenças, e programas de empoderamento espiritual para crianças, jovens e adultos, igualmente abertos a todas as pessoas. Com isso buscam tanto promover uma transformação social como uma mudança em mentes e corações.


O ministério de ́Abdu`l-Bahá chegou ao fim na noite de 28 de novembro de 1921. Faleceu aos 77 anos, após uma breve doença. Não menos que dez mil pessoas se reuniram para seu funeral na cidade de Haifa, entre eles, mulçumanos, judeus, cristãos, e drusos; egípcios, gregos, turcos, árabes e curdos, europeus e americanos; homens, mulheres e crianças; funcionários do governo, diplomatas e diversas pessoas de destaque. Cem anos depois, durante este mês de novembro, os bahá'ís do Brasil e do mundo realizarão celebrações em suas localidades para relembrar a vida dessa Figura ilustre.


Para mais informações

  • E-mail da Secretaria de Ações com a Sociedade e Governo: sasg@bahai.org.br

  • Sites oficiais da Comunidade Bahá’í: bahai.org; bahai.org.br; bahaullah.org.br


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